5 erros de marcas por engajamento nas redes sociais
- Acento Comunicação
- 26 de abr. de 2021
- 4 min de leitura

Crédito: Patrícia Richter
Sabemos que o Facebook e o Instagram têm entregado menos o conteúdo das marcas para o seu público. Em outras palavras, o alcance o orgânico das publicações nas redes sociais é cada vez menor. Com isso, passamos dias e noites pensando em ações ou conteúdo para obter engajamento, não? Mas vale tudo por engajamento nas redes sociais? Selecionei 5 erros das marcas para ganhar engajamento no último ano.
1 - Comprar Seguidores
Muitas marcas e influenciadores digitais optam por comprar seguidores. Existem várias empresas que oferecem esse serviço. No entanto, muitos perfis são falsos. Embora você tenha 3.000, apenas uma parcela pequena é ativo e pode engajar nas suas postagens ou até mesmo comprar o seu produto.
E se você for um digital influencer ou blogueira (o)? Para conseguir fazer parcerias de conteúdo com marcas, você precisa ter um grande número de seguidores, principalmente no Instagram, não é? Entretanto, não basta conseguir a parceria, é preciso dar um bom resultado para o seu parceiro. Aí vem o problema. Se os seguidores falsos, eles não interagem com as suas publicações. Logo o resultado pode ser muito pífio e dificilmente você vai conseguir fechar outros jobs.
2 - Selo Ramadan
O ramadan é nono mês do calendário islâmico. Todo ano o período cai em datas diferentes. Durante o ramadan, as (os)muçulmanas (os) fazem jejum durante o dia e podem comer do começo da noite até o amanhecer. Quase todo noite é dia de festa. O período é sagrado. Em 2021, o Instagram convidou uma artista do Bahrein Hal Al-Abbasi, nascida para criar um pacote de figurinhas para celebrar a data. Isso é ruim? Não, claro que não.
Precisamos aumentar o conhecimento sobre a religião no mundo inteiro, a fim descontruir os estereótipos associados às (aos) praticantes. Entretanto, empresas, usuárias (os) e influenciadores digitais utilizaram as figurinhas apenas para conseguir engajamento.
Fatima Cheaitou, da canal no Youtube Fala, Fatuma, explica sobre o Ramandan:
3 - Bradesco e a campanha contra o assédio sexual à Bia, inteligência artificial
É interessante e triste notar que até uma atendente virtual "feminina" sofre ataques machistas. O banco Bradesco aproveitou (sim, aproveitou) dos ataques à IA para criar uma campanha contra assédio moral e sexual. Qual o problema disso? Não é importante que as empresas se posicionem, inclusive, Thais, você escreveu sobre isso ano passado. Sim, mas sempre ressaltei que as campanhas de comunicação e de marketing de diversidade precisam estar atreladas às ações da marca.
Nessa semana, o Bradesco contratou uma digital influencer feminista e lésbica para criar conteúdo de defesa à Bia. Existem várias vertentes práticas e teóricas feministas. Porém é uma luta coletiva, emancipatória e não pode servir aos interesses individuais. Além disso, o Bradesco não tem mais uma própria equipe de atendimento, terceirizando o serviço. O que isso significa? Que as mulheres (e homens) que atendem as (os) clientes do banco , recebem salários baixíssimos e tem condições de trabalho precárias. Isto é apenas uma ponta do iceberg. A dica para empresas é não se aproprie de uma pauta tão importante, como a feminista, antirracista, contra a LGBTfobia, entre outras, se não condiz com a sua prática.
4 -Sephora
Em 2020, a marca de cosméticos Fenty Beauty, criada pela cantora Rihanna, chegou ao Brasil, sendo a Sephora a loja exclusiva de venda da marca. Qual era o diferencial da Fenty? As mais de 40 tonalidades diferentes de base, o que deixou as mulheres e os homens não brancos muito felizes. No entanto, a Sephora só contratou influenciadores digitais brancas (os) para o lançamento da marca no país. Além de normalizar a ideal de beleza branco, a marca acaba perdendo uma oportunidade enorme de aumentar seu público-alvo e possíveis clientes.
5 - Sorteios nas redes sociais
Acredito que você já deve ter visto várias empresas fazendo sorteios de prêmios para atrair seguidores redes sociais, não? É mais ou menos assim, siga o nosso perfil, marque dois amigos e concorra a um livros. Quais são os erros? Primeiramente, não é permitido por lei.
A Lei nº 5.768/71 regulamenta o que é ou não possível para a distribuição gratuita de prêmios a título de propaganda, efetuada mediante sorteio, vale-brindes e concurso. Com o advento das redes sociais e a utilização do Facebook para a realização de sorteios, o Ministério Público publicou a Portaria nº 422/2013 que "a vedação da realização de promoções comerciais nas redes sociais, salvo a hipótese de concursos culturais, artísticos e desportivos, que, como na regra anterior, continuam não necessitando de registro e/ou autorização"
Para realizar esses sorteios, o correto é cadastrar a promoção na Caixa Federal e pagar taxas, que não são baratas. No entanto, você pode promover concursos culturais. Ou seja, qualquer campanhas que não esteja atrelada a sorte, a curtir o sue perfil no Instagram ou comprar um produto. Nesse caso, você pode pedir para as pessoas escreveram uma frase sobre um determinado tema e deixar claro que o vencedor do prêmio será a melhor frase. É preciso ser criativa!
Para não dizer que não falei das flores*, a Boticário fez uma ação muito bonita <3 , recriando uma fragrância de perfume que saiu de linha para presentear uma mãe que perdeu seu filho para a covid-19.
* Música de Geraldo Vandré (1968)
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